Você passa horas estudando um tópico complexo de Direito Administrativo. Entende tudo. No dia seguinte, resolve algumas questões e acerta. Duas semanas depois, o mesmo assunto parece grego. Se isso já aconteceu com você, bem-vindo ao clube de todos os concurseiros.
Estudar não é o bastante. A verdadeira batalha pela aprovação é travada contra o esquecimento. É aqui que as técnicas de revisão para concursos entram como sua principal arma.
Neste guia, a Página Central dos Concurseiros vai te mostrar os métodos mais eficazes para transformar seu conhecimento temporário em memória de longo prazo e garantir que todo o seu esforço de estudo valha a pena no dia da prova.
Por que a revisão é mais importante que o estudo de matéria nova?
Imagine que seu cérebro é um balde furado. Estudar matéria nova é como encher o balde de água. Se você não tapar os furos, não importa quanta água coloque, o balde nunca ficará cheio. A revisão é o ato de tapar esses furos.
Sem revisar, estima-se que você perca mais de 70% do que estudou em apenas uma semana. Avançar no edital sem olhar para trás é o caminho mais rápido para a frustração.
Entendendo a "Curva do esquecimento": seu maior inimigo
No século XIX, o psicólogo Hermann Ebbinghaus descobriu algo revolucionário: o "esquecimento" segue um padrão previsível, a chamada Curva do Esquecimento.
O gráfico mostra que, logo após o estudo, a retenção do conteúdo cai drasticamente. A boa notícia? Cada vez que você revisa o material, a curva se torna menos acentuada, e o conhecimento se consolida na sua memória. O objetivo das técnicas de revisão é exatamente este: "achatar" a curva.
As 4 melhores técnicas de revisão para concurseiros
Não existe uma única técnica perfeita, mas a combinação delas é imbatível.
1. Revisão programada (24/7/30): A base de tudo
Este é o método mais famoso e um excelente ponto de partida. Ele programa suas revisões em intervalos estratégicos para combater a Curva do Esquecimento.
- 1ª Revisão (24 horas): Um dia após estudar o tópico, faça uma revisão rápida (10-15 minutos). É a mais importante para consolidar a informação inicial.
- 2ª Revisão (7 dias): Uma semana depois, revise o mesmo tópico novamente. Você notará que se lembra de mais coisas e a revisão será mais fluida.
- 3ª Revisão (30 dias): Um mês depois, faça a revisão final. A essa altura, o conteúdo provavelmente já estará na sua memória de longo prazo.
Como fazer? Anote em uma agenda ou planilha o que você estudou e quando serão as próximas revisões.
2. Flashcards: A ferramenta de memorização ativa
Flashcards são fantásticos para decorar prazos, fórmulas, conceitos e artigos de lei. Eles usam o princípio da "recuperação ativa" – forçar seu cérebro a buscar uma informação.
- Como criar: De um lado do cartão (físico ou digital), escreva uma pergunta ou um termo (ex: "Quais são os princípios da Administração Pública?"). Do outro lado, a resposta (L.I.M.P.E. - Legalidade, Impessoalidade...).
- Aplicativos: Use apps como Anki ou Quizlet, que já usam um algoritmo de revisão espaçada para te mostrar os cartões na hora certa.
3. Mapas mentais: Organizando o conhecimento visualmente
Seu cérebro ama imagens e conexões. Um mapa mental é um diagrama que organiza informações de forma hierárquica e visual, partindo de um conceito central.
- Ideal para: Assuntos com muitas ramificações e detalhes, como a organização do Estado em Direito Constitucional ou os tipos de atos administrativos.
- Como fazer: Comece com o tópico principal no centro de uma folha. Puxe ramos para os subtópicos principais e, a partir deles, ramos menores com os detalhes. Use cores, imagens e palavras-chave.
4. Caderno de erros: Transformando falhas em aprovação
Essa técnica é simples e poderosa. Ao resolver questões, você vai errar. Em vez de apenas ver o gabarito e seguir em frente, você vai analisar cada erro.
- Como fazer: Tenha um caderno (físico ou digital) e, para cada questão que errar, anote:
- O porquê do seu erro (não sabia a matéria, falta de atenção, etc.).
- A resposta correta e a justificativa.
- A mágica: Revise seu caderno de erros semanalmente. Ele se tornará um guia personalizado com seus pontos mais fracos, permitindo um estudo cirúrgico.
Como integrar as técnicas de revisão ao seu plano de estudos
A chave é reservar um tempo específico para a revisão no seu cronograma.
- No seu ciclo de estudos: Dedique os primeiros 10-15 minutos de cada bloco de estudo para revisar o tópico anterior daquela matéria.
- Reserve um dia da semana: Use o sábado de manhã ou o domingo à noite, por exemplo, para revisar seu caderno de erros e os mapas mentais da semana.
- Use tempos mortos: A fila do banco ou o trajeto no ônibus são perfeitos para revisar flashcards no celular.
Lembre-se do nosso guia: Um bom plano de estudos já prevê o tempo para revisões. Se ainda não tem o seu, veja Como Montar um Plano de Estudos Infalível.
Conclusão: Revise hoje, comemore sua aprovação amanhã
Não encare a revisão como uma perda de tempo ou um passo para trás. Ela é a atividade de maior retorno sobre o investimento que um concurseiro pode fazer.
Comece hoje. Escolha uma das técnicas acima, aplique ao último assunto que você estudou e sinta a diferença. Ao transformar a revisão em um hábito, você constrói a base de conhecimento sólida que vai garantir seu nome no Diário Oficial.